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domingo, 13 de março de 2016

VIVER A SEMANA SANTA

Semana Santa, tempo da misericórdia do Pai, da ternura do Filho e do amor do Espírito Santo.

Esta semana chama-se "Santa" porque nos introduz diretamente no mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Cada um desses acontecimentos tem um conteúdo eminentemente profético e salvífico.

O fiel cristão – verdadeiramente apaixonado por Jesus Cristo – não pode deixar de acompanhar ativamente a Liturgia da Semana Santa. Infelizmente, a maioria dos católicos tem outras preferências na semana mais santa do ano. Não são capazes de “vigiar e orar” uma só hora com Jesus (cf. Mc 14, 37-38).
QUE BOM SERIA se os cristãos católicos entendessem que a Semana Santa, em especial a Sexta-feira da Paixão, o santo Sábado Santo e o Domingo da Ressurreição, não são apenas mais uma oportunidade para o lazer, nem para reuniões familiares com muita comilança e bebedeira! Não estamos prestes a viver, simplesmente, mais um "feriadão"! Para os verdadeiros cristãos, não é assim, nem nunca foi.

Se a mídia laica entende assim esses dias, paciência. Trata-se, evidentemente, de uma outra visão, um outro olhar, desprovido de qualquer preocupação com a transcendência. Já para nós, católicos, é o outono santo, o tempo mais sublime e mais sagrado, de celebrar a Páscoa definitiva que Deus preparou e consumou, em nosso amado Cristo, Jesus, para toda a humanidade. Trata-se de preparação para a Páscoa e festa da Páscoa! Esperamos para celebrar Jesus que vence a morte e nos dá a prova definitiva de que Deus não desiste de nós. Com a vitória sobre a morte, fruto do pecado, temos garantida a mesma Vitória, se ouvirmos a santa Palavra e nos mantivermos no Caminho e na Comunhão.

Nós queremos acompanhar os passos de Cristo e sentir de perto o que vai acontecer a nosso melhor Amigo e Salvador, procurando sentir o que Jesus sentia em seu coração ao se aproximar a Hora decisiva de glorificar o Pai. Ele viveu esses dias com mansidão e serenidade na presença do Pai. Seu coração estava inundado por uma imensa ternura para com todos os filhos e filhas de Deus dispersos.

A Semana Santa é, assim, um período maravilhoso, de graça indescritível e bençãos de valor espiritual inestimável. Sete dias de profundíssimo recolhimento, oração, meditação, contemplação. Jejum e penitência, depois tremenda, indizível, santa alegria. Mergulhamos fundo no Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Mostremo-nos, pois, solidários a Jesus. Passemos esta última semana de sua vida terrena com Ele, num último gesto de amor e amizade, recolhidos em oração fervorosa e contemplação profunda, de modo que a Páscoa do Senhor seja um dia verdadeiramente “novo” para nós.

Ao participarmos da bênção e procissão de ramos, queremos homenagear a Cristo e proclamar publicamente a sua Divina Realeza.

No Evangelho lido na Segunda-feira Santa, contemplamos Maria de Betânia ungindo os pés do Mestre com o perfume do amor e da gratidão. Na Terça-feira, Cristo revela o que se passa no coração de Judas Iscariotes. E também é celebrada em nossa Diocese a Missa Crismal. Esta celebração, que o Bispo concelebra com o seu clero e dentro da qual consagra o santo crisma e benze os óleos usados no Batismo e na unção dos enfermos, é a manifestação da comunhão de todo o clero com o seu Bispo. Na Quarta-feira, Mateus relata Cristo celebrando com os Apóstolos a festa da Páscoa judia e a traição de Judas.

Na Quinta-feira Santa, se inicia o Tríduo Pascal no período vespertino. Com a celebração da Missa da Ceia do Senhor (cerimônia do Lava-pés), recordamos a instituição da Eucaristia e do sacerdócio católico, bem como o mandamento do amor com que Cristo nos amou até o fim (cf. Jo 13, 1).

A Sexta-feira Santa é o grande dia de luto para a Igreja. Não há Santa Missa, mas celebração da Paixão do Senhor que consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da Cruz e sagrada Comunhão. Vivamos este dia em clima de silêncio e de extrema gratidão, contemplando a morte de Jesus na cruz por nosso amor.

O Sábado Santo é dia de oração silenciosa e de profunda contemplação junto ao túmulo de Jesus. São horas de solidão e de saudade… É ocasião para acompanharmos Nossa Senhora da Soledade e as santas mulheres junto ao túmulo de Jesus, sentindo com elas a medida do amor que Cristo suscita nos corações que O conhecem de perto.

A Vigília Pascal, “a mãe de todas as vigílias”, na qual a Igreja espera, velando, a Ressurreição de Cristo, compõe-se da liturgia da Luz, da liturgia da Palavra, da liturgia Batismal e da liturgia Eucarística.



Celebremos, então, a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo com fervor, com piedade, com o sincero desejo de renovação da fé, com o puro desejo de transformar o meio em que estamos inseridos. Deixemos que dentro de nós, em nossos lares, em nossas comunidades, em nossa Igreja, este tão falado Jesus ressuscite e seja Presença viva e transformadora dos corações, das estruturas, mentais, físicas, espirituais. Não somos seguidores do Livro pelo Livro, como não somos adoradores de um Deus morto. O Filho de Deus, que das Alturas veio ser Deus Conosco, continua conosco, dentro de nós e no meio de nós, ressuscitado, na história de nossa vida e na História da humanidade.

Por tudo isso, insistimos, a Semana Santa não é mais um "feriadão". É infinitamente mais. É, sim o grande retiro espiritual do povo de Deus. Entramos com Jesus em Jerusalém, com nossos ramos, no domingo que passou; sentemo-nos com Ele na Ceia da Quinta-feira Santa para receber o preciosíssimo Dom da Eucaristia; contemplemos, na Sexta-feira de sua Paixão, Jesus manso e humilde de coração erguido entre o Céu e a Terra, consumando sua maior prova de Amor por nós; Vigiemos na noite do Sábado Santo, com a celebração da Luz e a recordação da História da Salvação. E na manhã luminosa do Domingo, o Dia do Senhor, com as mulheres e os Apóstolos, constatamos que o sepulcro santo está vazio e que o Senhor verdadeiramente ressuscitou, está vivo entre nós! É quando voltaremos a entoar o Aleluia! 




É Páscoa! O Senhor ressuscitou! O Amor de Deus para conosco é mais forte que a morte e a multidão dos nossos pecados! Nossa esperança nEle não é vazia! Levemos ao mundo, com a Palavra e em nossas vidas, o alegre testemunho da Ressurreição de Jesus, que garante a nossa própria ressurreição! Misturemo-nos à sociedade e, como fermento, transformemo-la com a nossa Fé, com a nossa Esperança e com o nosso Amor a Deus e ao próximo. Não podemos retardar o anúncio da ressurreição. Que a alegria de Cristo ressuscitado penetre nosso ser, domine nosso pensamento, tome conta de nossos sentimentos e ações. Precisamos de gente que tenha feito experiência da ressurreição. Existe uma única prova de que Cristo tenha ressuscitado: que as pessoas vivam a Sua vida e se amem com o amor com que Ele nos ama…

Guiados pela luz do círio pascal, e ressuscitados para uma vida nova de fé, esperança e amor, sejamos testemunhas vivas da Ressurreição do Senhor Jesus.

Que a Mãe do Ressuscitado nos aponte o caminho para Jesus Cristo, nosso único Salvador.


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